ESG

Compras ESG: métricas e práticas obrigatórias até 2026 — guia de tendência e conformidade

As compras ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) estão se tornando obrigatórias no Brasil até 2026, impulsionadas por exigências legais, normas internacionais e políticas institucionais. Este artigo detalha as métricas que as empresas precisarão adotar, as práticas de compliance associadas e como estruturar uma cadeia de suprimentos sustentável, transparente e auditável.

O que você vai ver neste post

O que são compras ESG e por que são prioridade até 2026

O conceito de compras ESG surge da integração entre critérios ambientais, sociais e de governança na tomada de decisão de aquisição de bens e serviços.
Mais do que uma tendência, trata-se de uma obrigação em evolução — impulsionada por legislações nacionais, organismos internacionais e exigências de mercado.

Até 2026, o Brasil deve consolidar políticas que tornam métricas ESG obrigatórias em contratos públicos e grandes empresas privadas, conforme:

  • Decreto Federal nº 11.246/2022, que institui diretrizes para compras públicas sustentáveis;
  • Agenda 2030 da ONU, com ênfase nos ODS 12 (Consumo Responsável) e ODS 16 (Instituições Eficazes);
  • Normas ISO 20400 e 26000, que tratam de responsabilidade social e compras sustentáveis;
  • Resoluções da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e do Banco Central, que exigem relatórios ESG de instituições financeiras.

ESG não é mais diferencial — é requisito. Até 2026, será impossível competir sem comprovar conformidade sustentável nas compras e contratos.

O avanço da regulamentação ESG nas compras públicas e privadas

Nos contratos públicos, a Lei 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações e Contratos) já determina critérios de sustentabilidade como obrigatórios em todas as etapas de contratação.

Nos setores privados, há crescente pressão de investidores e certificadoras, que exigem:

  • Due diligence socioambiental de fornecedores;
  • Monitoramento de emissões e resíduos;
  • Transparência em práticas trabalhistas e anticorrupção;
  • Certificações ambientais e de compliance (como ISO 14001 e SA8000).

A partir de 2025, empresas que participarem de licitações, parcerias público-privadas ou cadeias de grandes conglomerados precisarão comprovar suas métricas ESG de forma rastreável e auditável.

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As métricas ESG obrigatórias até 2026

DimensãoIndicadores obrigatórios até 2026Base legal ou normativa
Ambiental (E)Emissões de CO₂ (escopos 1, 2 e 3), gestão de resíduos, uso de energia limpa, rastreabilidade de insumosGHG Protocol, Decreto 11.246/22, ISO 14064
Social (S)Inclusão de fornecedores diversos (MEIs, cooperativas, mulheres, PCDs), condições de trabalho e equidade salarialODS 8 e 10, Lei 14.133/21, ISO 26000
Governança (G)Política anticorrupção, auditorias internas, canal de denúncias, conformidade tributária e contratualLei Anticorrupção (12.846/13), ISO 37001, CVM 59/2023

Essas métricas deixarão de ser “boas práticas” e passarão a ser critérios de contratação e permanência em cadeias corporativas e governamentais.

Como aplicar práticas ESG na cadeia de suprimentos

  1. Mapeie fornecedores com base em riscos ESG
    Avalie impacto ambiental, histórico de conformidade e práticas trabalhistas.
  2. Crie políticas de compras sustentáveis
    Adote cláusulas ESG nos contratos, vinculando desempenho à manutenção do vínculo comercial.
  3. Implemente auditorias de fornecedores
    Faça revisões periódicas com base em indicadores padronizados.
  4. Estabeleça metas de diversidade e inclusão
    Promova participação de micro e pequenas empresas, e negócios liderados por mulheres.
  5. Monitore desempenho em tempo real
    Utilize plataformas integradas como a GoBuyer para acompanhar indicadores ESG na cadeia.

Uma cadeia de suprimentos sustentável começa com dados confiáveis e termina com decisões responsáveis.

Indicadores e ferramentas de monitoramento

Indicadores-chave ESG para compras corporativas:

  • Percentual de fornecedores auditados por critérios ESG;
  • Redução anual de emissões por categoria de fornecimento;
  • Taxa de não conformidade ambiental ou social;
  • Percentual de compras locais e sustentáveis;
  • Índice de diversidade e inclusão nos fornecedores.

Ferramentas recomendadas:

  • GHG Protocol: medição e reporte de emissões;
  • CDP Supply Chain: disclosure global de sustentabilidade;
  • EcoVadis: avaliação ESG de fornecedores;
  • GoBuyer ESG Dashboard: monitoramento e auditoria automatizada de indicadores de compras sustentáveis.

Essas ferramentas serão fundamentais para comprovar conformidade em relatórios e auditorias externas.

Exemplo prático de programa de compras ESG

Empresa Alfa (setor de energia) implementou um plano ESG em três etapas:

  1. Diagnóstico (2023): mapeou mais de 400 fornecedores e identificou 25% com riscos de não conformidade ambiental.
  2. Integração (2024): automatizou o monitoramento de KPIs com dashboards ESG e cláusulas contratuais.
  3. Aprimoramento (2025–2026): implantou due diligence digital e publicou relatórios anuais de sustentabilidade auditados.

Resultados:

  • 38% de redução de riscos contratuais;
  • 22% de aumento de fornecedores com práticas certificadas;
  • 100% de transparência em auditorias externas.

Impactos no compliance e nas auditorias corporativas

A gestão ESG redefine o papel do compliance nas empresas.
A partir de 2026, relatórios ESG se tornarão documentos de conformidade obrigatória, não apenas de reputação.

Os impactos incluem:

  • Ampliação da responsabilidade de compliance sobre toda a cadeia;
  • Revisão de políticas internas e contratos de fornecedores;
  • Integração entre áreas de compras, jurídico e sustentabilidade;
  • Exigência de Vendor Lists com classificação ESG, conforme visto em Compliance através do uso de Vendor List;
  • Auditorias digitais e contínuas.

Essa convergência entre tecnologia e governança cria um novo padrão: o compliance preditivo — capaz de antecipar falhas e prevenir riscos ESG.

Desafios e erros comuns na adoção ESG

  • Falta de padronização de métricas e relatórios;
  • Dependência de declarações manuais de fornecedores;
  • Uso de indicadores genéricos sem contexto setorial;
  • Ausência de metas claras e mensuráveis;
  • Falta de integração entre áreas (compras, ESG e jurídico).

O principal erro é tratar o ESG como projeto pontual. A maturidade vem quando ele é incorporado à rotina, com métricas, metas e responsabilidade compartilhada.

Como preparar sua empresa para 2026

  1. Diagnostique seu nível de maturidade ESG (processos, indicadores, fornecedores).
  2. Revise contratos e adicione cláusulas ESG.
  3. Implemente plataformas de monitoramento contínuo.
  4. Publique relatórios anuais de sustentabilidade.
  5. Crie um comitê ESG interno com representantes de diversas áreas.
  6. Eduque fornecedores sobre as novas exigências regulatórias.

Empresas que começarem a se adequar agora terão vantagem competitiva e acesso preferencial em licitações, parcerias e mercados internacionais.

O novo padrão de governança sustentável

Até 2026, as compras ESG deixarão de ser uma opção e se tornarão um requisito de sobrevivência corporativa.
As métricas obrigatórias transformarão a forma como as empresas escolhem, contratam e monitoram seus fornecedores.

A GoBuyer acompanha essa transição apoiando empresas na implementação de métricas ESG, automação de due diligence e gestão digital de fornecedores, garantindo conformidade e competitividade.

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