CEPIM é o Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas, mantido pela Controladoria Geral da União, que lista organizações proibidas de celebrar novos convênios, contratos de repasse ou termos de parceria com a Administração Pública Federal por irregularidades em recursos públicos. Portal da Transparência+1
Entender CEPIM, como consultar, interpretar e manter a entidade fora desse cadastro é essencial para gestores de compras, compliance e terceiro setor que querem reduzir riscos, garantir integridade e preservar a capacidade de contratar com o poder público.
O que você vai ver neste post
- O que é o CEPIM e por que ele importa para compras e compliance
- Quem precisa se preocupar com CEPIM na prática
- Como consultar o CEPIM passo a passo no Portal da Transparência
- Como interpretar o resultado da consulta ao CEPIM
- Principais motivos de inclusão no CEPIM e como evitá los
- Boas práticas para manter regularidade e ficar fora do CEPIM
- CEPIM, CEIS e CNEP: como integrar tudo à sua análise de risco
- Tabela prática: sinais de alerta e ações recomendadas
- Conclusão: CEPIM como parte da sua estratégia de governança
O que é o CEPIM e por que ele importa para compras e compliance
CEPIM significa Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas. Ele apresenta a relação de organizações do terceiro setor que estão impedidas de celebrar novos convênios, contratos de repasse ou termos de parceria com a Administração Pública Federal por conta de irregularidades não sanadas em transferências anteriores. Portal da Transparência+2Dados Abertos+2
Na prática, estamos falando de um radar público de risco. Se uma entidade aparece no CEPIM, o recado é claro: houve problema sério em algum convênio ou parceria com a União, e, até que a situação seja resolvida, ela não pode receber novos recursos públicos desse tipo.
Para quem trabalha com:
- compras públicas
- gestão de convênios
- seleção de organizações da sociedade civil em editais
- programas de responsabilidade social ou ESG que envolvem repasses a entidades
o CEPIM se torna uma ferramenta essencial de due diligence. Consultá lo antes de firmar um acordo ajuda a:
- evitar contratação de entidades com histórico de dano ao erário
- reduzir risco de responsabilização de gestores
- fortalecer a governança e o compliance da organização
Esse olhar de risco conversa diretamente com temas que você já encontra no GoBuyer, como:
- Por que investir na mitigação de riscos
https://www.gobuyer.com.br/por-que-investir-na-mitigacao-de-riscos-descubra-aqui/ - Entenda o que é compliance na gestão de compras
https://www.gobuyer.com.br/entenda-o-que-e-compliance-na-gestao-de-compras/ - Know Your Supplier KYS aplicado a fornecedores e parceiros
https://www.gobuyer.com.br/know-your-supplier-kys-um-guia-para-empresas-e-gestores/
CEPIM é o lado específico do terceiro setor dentro desse grande ecossistema de controles e mitigação de riscos.
Quem precisa se preocupar com CEPIM na prática
À primeira vista, pode parecer que só ONGs e associações precisam se preocupar com CEPIM. Mas o impacto é mais amplo.
Entidades privadas sem fins lucrativos
Inclui instituições como:
- associações
- fundações
- organizações religiosas com atuação social
- OSCIPs
- OSs e outras formas de entidades sem fins lucrativos
Se a organização quer receber recursos federais na forma de convênios, termos de parceria ou contratos de repasse, estar fora do CEPIM é requisito básico. Portal da Transparência+1
Órgãos e entidades públicas
Ministérios, autarquias, fundações, empresas públicas e demais concedentes precisam conferir o CEPIM antes de:
- publicar editais de chamamento
- firmar convênios e parcerias
- renovar contratos de repasse
A consulta evita que o órgão celebre acordos com entidades já sancionadas e garante respeito às normas de integridade na administração pública.
Empresas privadas que contratam o terceiro setor
Empresas com programas de investimento social, parcerias com OSCs ou projetos em modelos de compras inclusivas também deveriam monitorar o CEPIM. Um parceiro do terceiro setor que aparece no cadastro pode:
- comprometer a reputação da empresa
- trazer riscos de corresponsabilização em investigações futuras
- gerar ruídos em iniciativas de ESG e responsabilidade social
Se sua empresa já discute compras inclusivas e economia circular, por exemplo, faz sentido alinhar impacto social a responsabilidade jurídica, integrando CEPIM à rotina de análise de terceiros:
- Compras inclusivas
https://www.gobuyer.com.br/compras-inclusivas-promovendo-a-diversidade-e-igualdade/ - Sustentabilidade nas compras
https://www.gobuyer.com.br/um-guia-completo-para-sustentabilidade-nas-compras/
Como consultar o CEPIM passo a passo no Portal da Transparência
A consulta ao CEPIM é pública, gratuita e pode ser feita em poucos minutos pelo Portal da Transparência. Portal da Transparência+1
Passo a passo básico
- Acesse o Portal da Transparência
Site oficial: Portal da Transparência do Governo Federal. - Vá até a seção de sanções
No menu, localize a área de sanções ou diretamente o painel de sanções. Serviços e Informações do Brasil+1 - Selecione CEPIM
Ao abrir o painel, você verá diferentes cadastros de sanções. Escolha a opção referente a Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas CEPIM. - Defina o tipo de consulta
Você pode pesquisar por:- CNPJ
- nome da entidade
- período de vigência da sanção
- órgão sancionador
- UF
- categoria da sanção e outros filtros. Portal da Transparência+1
- Analise o resultado
O painel exibirá a lista de entidades que atendem ao filtro usado. Ao clicar em cada registro, você terá acesso a detalhes da sanção.
Consulta por CNPJ
Para análise de risco em compras e convênios, o cenário mais comum é: você já tem o CNPJ do potencial parceiro e quer saber se ele aparece no CEPIM.
Nesse caso:
- informe o CNPJ no filtro específico
- verifique se há ou não registros ativos
- se houver, avalie vigência, motivo, órgão sancionador e demais detalhes antes de qualquer decisão
Emissão de certidão negativa
Em muitos processos, não basta apenas consultar o painel. Órgãos e empresas exigem uma certidão negativa relativa a sanções, como CEIS, CNEP e CEPIM.
A Controladoria Geral da União oferece um serviço de certidões específico para esse fim. certidoes.cgu.gov.br+1
O fluxo geral é:
- acessar o serviço de certidões
- informar CNPJ no campo de responsabilização pública
- selecionar o tipo de certidão que inclui CEPIM entre os cadastros consultados
- emitir e guardar a certidão para anexar ao processo de homologação, contratação ou convênio
Para empresas que querem automatizar essa etapa, já existem APIs que consultam diretamente o CEPIM no Portal da Transparência, o que facilita integrações com sistemas de compras e cadastro de terceiros. Infosimples
Como interpretar o resultado da consulta ao CEPIM
Consultar é o primeiro passo. Mas a leitura correta das informações é o que transforma dados em decisão.
Quando você acessa um registro do CEPIM, em geral encontra campos como:
- nome da entidade
- CNPJ
- órgão sancionador
- motivo da sanção
- data de início e fim da vigência
- base legal aplicável
- UF do sancionado
- eventualmente, valor de multa ou referência a convênios específicos Portal da Transparência+1
Vamos destrinchar os principais elementos.
Vigência da sanção
Verifique se a sanção está:
- vigente
- expirando em breve
- já expirada
Mesmo que a vigência tenha terminado, o histórico de sanções é um sinal importante para a área de risco. Em contratos estratégicos, faz sentido aprofundar análises.
Órgão sancionador
O órgão sancionador indica quem detectou a irregularidade. Pode ser, por exemplo:
- Ministério da Educação
- Ministério do Turismo
- Ministérios setoriais diversos
Saber isso ajuda a entender o contexto da sanção e o tipo de convênio envolvido.
Motivo da sanção
Aqui está o coração da análise. As condutas que levam ao CEPIM costumam envolver: institutoiben.org+1
- omissão na prestação de contas
- desvio de finalidade na aplicação dos recursos
- descumprimento injustificado do objeto do convênio
- dano ao erário
- outros atos ilícitos ligados à execução da parceria
Se você é um órgão público, esses motivos podem impedir a contratação enquanto durar a sanção. Se é uma empresa privada, eles ajudam a medir o risco reputacional e de integridade desse parceiro.
Cruzando CEPIM com outros indicadores
A mesma entidade pode:
- aparecer em CEPIM por irregularidades em convênios
- constar em CEIS ou CNEP por sanções relacionadas a contratos ou atos de corrupção Serviços e Informações do Brasil+1
Por isso, uma leitura madura passa por:
- checar CEPIM
- checar CEIS e CNEP
- cruzar com outros cadastros, como Sintegra e certidões fiscais
https://www.gobuyer.com.br/consulta-do-sintegra-entenda-a-importancia-e-como-realizar/
Esse olhar amplo fortalece o compliance e impede que você se apoie em uma única fonte.
Principais motivos de inclusão no CEPIM e como evitá los
O Decreto que fundamentou a criação do CEPIM deixa claro quais comportamentos podem levar uma entidade à lista. institutoiben.org+1
Os motivos mais frequentes se relacionam a:
- Falhas de prestação de contas
- Desvio de finalidade
- Descumprimento do objeto conveniado
- Dano ao erário
- Irregularidades gerais na execução de convênios e contratos de repasse
Mais do que decorar a lista, o importante é entender que todas essas falhas derivam de um mesmo ponto: ausência ou fragilidade de gestão.
Quando a entidade:
- não documenta processos
- não controla execução física e financeira
- não acompanha prazos de entrega e de prestação de contas
- não cuida da conformidade com leis e regulamentos
ela abre caminho para sanções que terminam no CEPIM.
Esse raciocínio dialoga com o que já discutimos no GoBuyer sobre:
- regulamentações e conformidade
https://www.gobuyer.com.br/regulamentacoes-e-conformidade-como-se-manter-atualizado/ - GRC aplicado à gestão de compras e contratos
https://www.gobuyer.com.br/maximizando-a-eficiencia-empresarial-com-metodologia-grc/
https://www.gobuyer.com.br/a-importancia-do-modelo-grc-para-compras-publicas-e-licitacoes/
Boas práticas para manter regularidade e ficar fora do CEPIM
Manter a entidade longe do CEPIM não é obra do acaso. É resultado de rotina, processos e cultura de integridade.
Alguns pilares ajudam a estruturar essa regularidade.
1. Planejamento e execução coerentes com o objeto
Antes de assinar qualquer convênio, a entidade precisa:
- entender claramente o objeto, metas e indicadores
- checar se tem estrutura para executar o que está sendo assumido
- alinhar cronograma físico e financeiro com a realidade
Prometer acima da capacidade operacional é um atalho para inadimplência e sanção.
2. Controles internos e registros
Convênios e contratos de repasse exigem rastreabilidade. Isso inclui:
- registros de despesas, notas fiscais e contratos com fornecedores
- relatórios de execução física das atividades
- evidências documentais de tudo o que foi realizado
Organizações que já investem em sistemas de compras e gestão documental ganham vantagem, pois conseguem manter uma trilha de auditoria clara. Aqui, plataformas digitais de compras e controles ajudam a dar esse suporte:
3. Cultura de compliance e integridade
Não basta ter um manual guardado. A entidade precisa:
- treinar equipes sobre regras de uso de recursos públicos
- estabelecer políticas de conflito de interesses
- criar canais internos para relatar irregularidades
Isso aproxima o terceiro setor das melhores práticas de governança corporativa e gestão de riscos que empresas privadas já adotam:
4. Prestação de contas tempestiva e transparente
A prestação de contas é um momento de prova. Para evitar problemas:
- não deixe o prazo vencer
- use checklists para garantir que todos os documentos foram enviados
- esclareça dúvidas com o órgão concedente com antecedência
Quando a prestação de contas é sólida, reduz se a chance de glosas, apontamentos graves e, no limite, inclusão no CEPIM.
CEPIM, CEIS e CNEP: como integrar tudo à sua análise de risco
CEPIM não está sozinho. Ele faz parte de um ecossistema de cadastros de sanções administrados pela CGU e pelo Banco de Sanções. Serviços e Informações do Brasil+1
De forma simplificada:
- CEPIM
Foca entidades privadas sem fins lucrativos impedidas de firmar convênios e repasses com a Administração Pública Federal. - CEIS
Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas, reúne empresas e pessoas físicas que tiveram restrição ao direito de licitar ou contratar com o poder público. Portal da Transparência+1 - CNEP
Cadastro Nacional de Empresas Punidas, concentra empresas punidas com base na Lei Anticorrupção. Serviços e Informações do Brasil
Uma governança de terceiros madura, seja em órgão público, seja em empresa, precisa olhar para os três registros. A lógica é:
- se você contrata entidades sem fins lucrativos, consulte CEPIM
- se você contrata empresas para fornecimento de bens e serviços, consulte CEIS e CNEP
- se atua em compras públicas, integre tudo isso ao processo de habilitação e acompanhamento de contratos
No universo privado, essa visão se conecta com práticas de KYS e vendor management, já debatidas no GoBuyer:
- Vendor list e gestão centralizada de fornecedores
https://www.gobuyer.com.br/vendor-list-definicao-vantagens-e-funcoes/
https://www.gobuyer.com.br/o-poder-do-vendor-list-integrado-aos-sistemas-de-compras/
Quando a empresa tem uma vendor list robusta e processos de homologação bem desenhados, fica mais simples incluir CEPIM, CEIS e CNEP como filtros obrigatórios antes de qualquer contratação crítica.
Tabela prática: sinais de alerta e ações recomendadas
Para facilitar a aplicação no dia a dia, veja um quadro resumo com situações comuns relacionadas ao CEPIM e como reagir.
| Situação identificada na consulta ao CEPIM | Nível de atenção | Ações recomendadas |
|---|---|---|
| Entidade não aparece no CEPIM | Baixo | Prosseguir com a análise, verificando CEIS, CNEP e certidões fiscais. |
| Entidade já constou no CEPIM, mas sanção expirada | Médio | Investigar histórico, pedir explicações formais e avaliar maturidade atual de gestão e compliance. |
| Entidade consta no CEPIM com sanção vigente | Alto | Em contexto de recursos públicos, não celebrar novos convênios enquanto durar a sanção. Em contexto privado, reavaliar parceria e ponderar riscos reputacionais. |
| Múltiplas sanções para a mesma entidade em órgãos diferentes | Crítico | Revisar qualquer relação contratual, considerar rompimento ou não contratação, além de relatório detalhado para alta gestão e áreas jurídicas. |
| Entidade parceira de projeto ESG identificada no CEPIM | Alto | Reavaliar programas de responsabilidade social, ajustar critérios de seleção de parceiros e reforçar governança de impacto. |
Essa tabela pode ser facilmente transformada em checklist interno, anexado a políticas de compras, relacionamentos com terceiros e compliance.
CEPIM como parte da sua estratégia de governança
CEPIM não é apenas uma lista de entidades sancionadas. É uma peça estratégica na engrenagem de governança, risco e compliance de qualquer organização que:
- movimenta recursos públicos
- se relaciona com o terceiro setor
- quer garantir integridade em sua cadeia de parceiros
Ao entender CEPIM, como consultar, interpretar e manter regularidade, sua organização sai do modo reativo e passa a atuar de forma preventiva. Em vez de descobrir um problema depois do escândalo, você cria filtros que protegem a reputação, o caixa e a credibilidade institucional.
Integrar CEPIM à jornada de análise de risco é dar um passo concreto na direção de uma gestão mais profissional, alinhada às melhores práticas de GRC, mitigação de riscos e sustentabilidade nas compras:
- Mitigação de riscos na gestão de compras
https://www.gobuyer.com.br/mitigacao-de-riscos-garantindo-a-seguranca-e-eficiencia/ - GRC e eficiência empresarial
https://www.gobuyer.com.br/maximizando-a-eficiencia-empresarial-com-metodologia-grc/
Se a sua área de compras, jurídico ou compliance ainda não incorporou CEPIM e outros cadastros de sanções ao fluxo de homologação de terceiros, este é o momento ideal para revisar políticas, fluxos e sistemas. Cada consulta feita hoje pode ser um problema evitado amanhã.






